Especialista afirma “O trabalho está a matar as pessoas e ninguém se importa”

O professor da Escola de Pós-Graduação em Negócios da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, argumenta que sua tese é baseada em pesquisas realizadas durante décadas tanto em seu país como em outros lugares do planeta.


Pfeffer é autor ou coautor de 15 livros sobre teoria organizacional e recursos humanos. Em seu último livro, "Morrendo por um salário" (em tradução livre do inglês), ele argumenta que o sistema de trabalho atual adoece e mata as pessoas.

Na obra, Pfeffer conta o caso de Kenji Hamada, um homem de 42 anos que morreu por causa de um ataque de coração quando estava em seu escritório em Tóquio. Hamada trabalhava 75 horas por semana e, todos os dias, demorava cerca de duas horas para chegar ao trabalho.

Um exemplo extremo que Pfeffer cita no seu livro “A morrer por um salário” (“Dying for a paycheck” no original em Inglês), onde evidencia como o stress associado ao trabalho, dadas as condições laborais actuais, tem consequências dramáticas na vida e na saúde dos trabalhadores.

“As condições de trabalho causam doenças crónicas como diabetes ou problemas cardiovasculares”, aponta o professor na entrevista à BBC. Também destaca “as longas jornadas laborais, os despedimentos, a falta de seguros médicos” como factores de stress no trabalho, considerando que este provoca “uma enorme insegurança económica, conflitos familiares e doenças”.

Horas extras forçadas, cargas de trabalho pesadas e ritmos de trabalho frenéticos dão origem a lesões por stresse repetitivo debilitante, acidentes no trabalho, superexposição a substâncias tóxicas e outras condições de trabalho perigosas. No entanto, alguns estudos começam a mostrar os custos do excesso de trabalho obrigatório. Reg Williams e Patricia Strasser, professores de enfermagem da Universidade de Michigan, estimaram no jornal da Associação Americana de Enfermeiros de Saúde Ocupacional que o custo total da depressão no trabalho chegava a bilhões de euros. Eles apontaram que os profissionais de saúde têm dado muita atenção aos fatores de risco no local de trabalho para doenças cardíacas, cancro, obesidade e outras doenças, mas pouca ênfase nos fatores de risco para depressão, stresse, mudanças negativas na vida pessoal e dificuldades nos relacionamentos interpessoais.


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