"Nos dias que correm quem finge que trabalha é tão bem visto como quem se dedica a 100%" - Última Hora

Um estudo na Universidade de Boston concluiu que um trabalhador empenhado tem o mesmo mérito do que finge.


Nos tempos atuais, a dinâmica do local de trabalho tem evoluído de maneiras complexas e, por vezes, paradoxais. Um fenómeno intrigante é a percepção de que, muitas vezes, quem finge que trabalha pode ser tão bem visto como aqueles que se dedicam a 100%. Este fenómeno é resultado de uma combinação de fatores culturais, tecnológicos e sociais que moldam o ambiente laboral moderno.

Em muitas empresas, a cultura de trabalho é marcada pela valorização das aparências. A presença física prolongada no escritório, a participação em reuniões constantes e o envio de e-mails a altas horas são frequentemente interpretados como sinais de dedicação e produtividade. Este comportamento, conhecido como "presenteeism" (presenteísmo), valoriza a visibilidade mais do que os resultados concretos. Assim, colaboradores que fingem estar ocupados podem ser percebidos como trabalhadores empenhados, mesmo que a sua contribuição efetiva seja limitada.

A tecnologia também desempenha um papel significativo neste cenário. Ferramentas de comunicação instantânea e plataformas de gestão de tarefas permitem que os trabalhadores aparentem estar constantemente ocupados, independentemente da produtividade real. A capacidade de parecer sempre disponível e responder rapidamente a mensagens cria uma ilusão de eficiência e compromisso que pode enganar gestores e colegas.

Este fenómeno tem implicações sérias para a moral e a motivação no local de trabalho. Aqueles que se dedicam genuinamente e produzem resultados tangíveis podem sentir-se desvalorizados e desmotivados quando veem colegas que fingem estar ocupados receberem o mesmo reconhecimento e oportunidades. A falta de distinção clara entre a aparência de trabalho e a verdadeira produtividade pode levar a um ambiente de trabalho tóxico e desincentivar o empenho autêntico. Para combater este problema, é essencial que as organizações reavaliem os seus critérios de avaliação de desempenho dos colaboradores. 





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