O stress no trabalho é como um colega indesejado: aparece sem aviso, instala-se e, se não o enfrentarmos, pode tomar conta do dia.
Num mundo de prazos apertados, emails constantes e expectativas altas, sentir-se sobrecarregado é quase inevitável. Mas gerir esse stress não só é possível como essencial, para o nosso bem-estar e para continuarmos a dar o nosso melhor. Então, como podemos domar esta fera?
Primeiro, reconhecer os sinais. O coração acelerado antes de uma reunião, a tensão nos ombros depois de horas ao computador ou aquela irritação que não explica, o corpo avisa antes de a mente ceder. Parar um instante para respirar fundo já é meio caminho andado. Não é cliché: inspirar pelo nariz durante quatro segundos, segurar e expirar lentamente acalma o sistema nervoso. É uma pausa pequena com um efeito grande, que nos devolve o controlo quando tudo parece fugir.
Organizar o dia também ajuda. O stress muitas vezes nasce do caos, demasiadas tarefas a gritar ao mesmo tempo. Fazer uma lista simples, priorizando o que é urgente e o que pode esperar, traz clareza. Não se trata de fazer tudo, mas de fazer o que importa. E se possível, divida as grandes tarefas em pedaços menores. Terminar algo, mesmo que pequeno, dá uma sensação de conquista que contraria a ansiedade.
Falar com alguém faz maravilhas. Um colega que entende, um chefe acessível ou até um amigo fora do trabalho, desabafar alivia o peso. Não é preciso resolver o problema na hora; às vezes, só pôr os pensamentos em palavras já os torna menos assustadores. E se o ambiente permitir, pedir ajuda ou ajustar expectativas com a equipa pode evitar que o fardo fique todo nos nossos ombros.
O corpo não pode ser esquecido. Passar o dia sentado, sem se mexer, é pedir ao stress para ficar. Levantar-se a cada hora, esticar as pernas ou dar uma volta rápida pelo escritório, nem que seja para ir buscar água, quebra a tensão física. E fora do trabalho, mexer-se mais, seja num passeio a pé ou numa aula de ginásio, é como dar um reset ao sistema. O sono, esse aliado silencioso, também conta: dormir bem é armadura contra o stress de amanhã.
Por fim, aceitar que nem tudo está nas nossas mãos. Há dias em que o chefe vai exigir o impossível ou o cliente vai mudar tudo à última hora. Bater com a cabeça na parede não resolve, mas rir um pouco da situação, ou pelo menos tentar, pode aliviar. Uma atitude leve não muda os factos, mas muda como os enfrentamos.
Gerir o stress no trabalho não é eliminar os problemas; é aprender a dançar com eles. Com pequenos hábitos, respirar, organizar, falar, mexer-se, construímos uma resistência que nos deixa mais fortes. Porque o trabalho pode ser exigente, mas nós não temos de nos deixar consumir por ele.